A pastoral

Fernando Bête - seminarista da diocese de Jundiaí-SP. Estudante de teología. Grande experiência no trabalho pastoral e com jovens, na Venezuela e Brasil.



Pastoral é uma ação organizada, própria da Igreja, sobre determinada situação constatada a fim de transformá-la seguindo critérios evangélicos ou da atuação de Jesus, porque ela tem uma base teológica.

A pastoral deve fazer com que as pessoas se encontrem pessoalmente com Cristo e possam fazer com que outras pessoas façam a mesma experiência.

Por que a Igreja evangeliza? Quais são os principais desafios da Igreja no campo da evangelização?

Podemos dizer que a Igreja evangeliza pois foi o grande mandato de Cristo: “ide por todo mundo e pregai o evangelho”. Os principais desafios da Igreja de hoje são, sem dúvida, a modernidade e a luta contra a grande crise: "Assistimos a uma crise do homem que destrói o homem".

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31 de maio: VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

Sabemos que Nossa Senhora foi visitada pelo Arcanjo Gabriel com esta mensagem de amor, com esta proposta de fazer dela a mãe do nosso Salvador. E ela aceitou. E aceitar Jesus é estar aberto a aceitar o outro. O anjo também comunicou a ela que sua parenta – Santa Isabel – já estava grávida. Aí encontramos o testemunho da Santíssima Virgem – no Evangelho de São Lucas no capitulo 1, – quando depois de andar cerca de 100 km ela encontrou-se com Isabel.

Nesta festa, também vamos descobrindo a raiz da nossa devoção a Maria. Ela cantou o Magnificat, glorificando a Deus. Em certa altura ela reconheceu sua pequenez, e a razão pela qual devemos ter essa devoção, que passa de século a século.

“Porque olhou para sua pobre serva, por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações.” (Lucas 1,48)

A Palavra de Deus nos convida a proclamarmos bem-aventurada aquela que, por aceitar Jesus, também se abriu à necessidade do outro. É impossível dizer que se ama a Deus, se não se ama o outro. A visitação de Maria a sua prima nos convoca a essa caridade ativa. A essa fé que se opera pelo amor. Amor que o outro tanto precisa.

Quem será que precisa de nós?

Peçamos a Virgem Maria que interceda por nós junto a Jesus, para que sejamos cada vez mais sensíveis à dor do outro. Mas que a nossa sensibilidade não fique no sentimentalismo, mas se concretize através da caridade.

Virgem Maria, Mãe da visitação, rogai por nós!

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A adolescência

Douglas Ginkreski, L.C. (religioso legionário de Cristo, de Irati-PR. Filósofo. Com experiência de anos no trabalho pastoral y pedagógico com jovens e adolescentes)

Douglas coordina uma página no Facebook e internet sobre a adolescência para o contato direto com os jovens, responder as suas dúvidas, etc.
A página se chama Adolescentes Iporké (https://www.facebook.com/pages/Adolescentes-iPork%C3%A9/133791390111193)

 
 

A adolescência é uma fase de grandes contrastes: o primeiro e mais marcante é aquele que diz respeito ao modo de se ver do próprio adolescente. Indo mais adiante, podemos dizer que muitos adolescentes cristãos vivem uma questão muito delicada no que diz respeito ao seu relacionamento com Deus: o desejo de servir a Deus, sem, contudo, fazer o que Deus gosta muitas vezes.

Orientar um adolescente é um grande desafio, seja no lar, na escola, no meio social em que ele vive. E a complexidade da questão pode aumentar cada vez mais. Por vários fatores como, por exemplo: a ausência dos pais, devido à correria do dia-a-dia; falta de preparação dos educadores para lidar com as mudanças típicas desta época; más companhias, a influência, muitas vezes negativa dos meios de comunicação, entre outras.

É quase que inevitável surgir nesta fase desentendimentos, discussões, brigas e falta de diálogo, criando assim um ambiente pouco aceitável na formação de um adolescente.

É um período da vida interessante, pois é difícil entender e educar ao adolescente, mas o primeiro que não se entende é ele mesmo, pois nele tudo se transforma, corpo e mente, sente impulsos e atrações que antes não sentia, começa a se dar conta que tem na cabeça um instrumento potentíssimo que se chama razão, tudo tem que passar pelos silogismos da sua mente. Se não entende claramente, não o aceita.

     Tem o DESEJO DE REALIZAR-SE, DE SER ELE MESMO, decidindo com plena liberdade sobre si, seu presente e seu futuro. De aí vem a sua instintiva rejeição à toda autoridade: familiar, escolar, social e religiosa.

Sente a NECESSIDADE DE AUTO-AFIRMAÇÃO, alguns chegam “negar” o consentimento às verdades de fé que os adultos lhe ensinaram, as vezes dá sinais de afastamento e esfriamento religioso, não aceitam explicações simples, e as vezes nenhum tipo de explicação. Menos ainda, permitem que se lhes imponha a aceitação das verdades de fé, ou que se lhe obrigue ou pressione em suas práticas religiosas.

Necessita REVISAR as suas crenças, e ver se é real tudo o que eles acreditam para viver a sua relação com Deus como OPÇÃO PESSOAL. Não aceitam que se lhes leve pela mão à missa dominical, em todo caso irá com os seus amigos.

Nesta fase eles necessitam de ajuda, mas não de imposição. Eles têm muitas dúvidas sobre diversos temas, por isso os pais tem que ter muita paciência e sair ao encontro dos adolescentes, escutar, compreender e orientar, caso isso não aconteça, possivelmente ele vai buscar respostas em outros lugares.

Por parte dos pais e educadores é necessário aceitar o momento evolutivo pelo qual passa o adolescente, não se desesperar por sua normal crise religiosa: ser compreensivos e escutá-los, NECESSITAM SER ESCUTADOS! É importante que o adolescente veja que os seus pais não se “escandalizam” pelos seus pensamentos sobre a religião e outros temas.

   
Alguns de nós passamos por isso e superamos. Assim eles compreenderão a relatividade dos seus problemas.

    Ainda que não pareça, eles NECESSITAM do carinho dos pais. O exemplo dos pais, que em sua vida madura, adulta, seguem crendo em Cristo, amando com simplicidade a Maria, participando fielmente em sua missa dominical... Isto ajudará a superar a sua crise espiritual.

    Por isso é importante enfrentar este período difícil com ANIMO E SERENIDADE.

    Sim, terão que exigir muitas vezes, mas a diferença está no amor que se coloca em cada uma dessas exigências. Tem que buscar o momento apropriado e que nunca seja um desabafo pelo que sinto com esse tipo de comportamento. Que eles vejam que é para o bem deles.

Ter em mente que se dizemos que é pelo bem dele, temos que demonstrar que verdadeiramente queremos o bem dele, e uma manifestação essencial é o acompanhamento muito próximo, interessar-se pelas coisas dele, acompanhar-lhe sempre em suas atividades, não só corrigir o que erram, mas também parabenizar-lhes pelos progressos e conquistas.

 O Beato João Paulo II escreveu:

“Se em cada período de sua vida o ser humano deseja afirmar-se, encontrar o amor, na juventude o deseja de uma forma ainda mais intensa. Os desejos de afirmação, em todo caso, não deve ser entendido como uma legitimação de tudo, sem exceções. Os jovens de modo algum querem isso: estão dispostos inclusive a serem repreendidos, exigindo que se diga a ele sim ou não. Eles precisam de guias, e os querem disponíveis. Se procuram pessoas abalizadas, fazem-no porque as percebem ricas de calor humano e capazes de caminharem junto com eles pelos caminhos que escolheram seguir”. (JOÃO PAULO II, Cruzando o Limiar da Esperança, pág. 123)
 
O ponto médio está no amor. Acompanhá-los com amor!




 



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30 de maio: SÃO FERNANDO


Nasceu na Espanha, no ano de 1198, na família real. Fugiu daquilo que poderia perverter sua vida moral e tinha grande amor a Virgem Santíssima, pelo fato de ter ficado muito enfermo quando criança, e, através da intercessão de Nossa Senhora ele recuperou a saúde. Foi um jovem mariano e eucarístico.

Fernando descobriu sua vocação ao matrimônio e casou-se com Beatriz. Teve 13 filhos. Assumiu o reinado e não descuidou de seu povo, tratando-os como filhos, em especial os pobres.

Viveu um reinado justo marcado pela fé, caridade e esperança.

Com a saúde fragilizada aos 54 anos, pegou uma grave enfermidade, recebeu os Sacramentos e quis comungar Jesus Eucarístico de joelhos, num ato de adoração. Abraçou a cruz, aconselhou os filhos e partiu para a Glória.

 

São Fernando, rogai por nós!

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Ser mãe

Maria Edith Pitz Fernandes (mãe de três filhos, Joinville-SC)



Ser mãe é poder passar um pouco do amor de Deus aos filhos.

E quando nos tornamos mãe na verdade abraçamos a humanidade e acabamos sendo mãe de todos.

Mãe que ora, que pede, que entrega a humanidade para que a cada dia mais filhos voltem para a casa do Pai.

A exemplo de Maria que reza noite e dia, sem cessar, por seus filhos.

Na terra o amor maior é o de mãe.

Se nós sendo tão pequenos sabemos amar incondicionalmente sem nada exigir, temos um pequeno conhecimento do grande amor de Deus por nós.

Deus que está sempre a esperar que nosso coração se abra ao seu amor.

Ser mãe é amar um pouco como Deus nos ama.

 




 

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29 de maio: SÃO MAXIMINO


Nasceu na França no século IV e muito cedo sentiu o chamado a vida sacerdotal.

Sucedeu Agrício e teve que combater o Arianismo, que confundia muitos cristãos.

São Maximino apoiou Santo Atanásio nessa luta, sofreu com ele, e se deparou até com o Imperador.
Bispo da Igreja, viveu seu magistério e serviço à Palavra sob ataques, mas não conseguiram matá-lo. Viveu até o ano de 349 deixando este testemunho e convocação: sermos cooperadores da verdade.

O santo de hoje é um ícone do amor a Cristo, à Igreja e à Verdade.

 
São Maximino, rogai por nós!




 

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O maligno

Pe. Luiz Carlos Castro (sacerdote diocesano, pároco da igreja Santo Antônio, em Couto Magalhães - Tocantins. Exorcista auxiliar)



Satanás, ou Diabo, bem como os demais demônios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente, por um ato de orgulho, soberba a servir a Deus e seu desígnio. A sua opção é definitiva, por que o demônio ou satanás, não se arrepende dos seus erros. Eles tentam levar o homem a revoltar-se contra Deus.

Os demônios geralmente estão no mundo, e procuram agir na vida das pessoas, mas esta ação, em principio, é devagar e as pessoas não percebem. Aos poucos as ações vão tornando fortes, então se tornam percebidas.

Existem vários tipos de demônios, distintos uns dos outros. Lúcifer é o chefe dos demônios e Satanás é o vice chefe. Entre eles, existem os mais poderosos e os mais fracos, mas todos eles têm um só objetivo, de fazer o mal ao ser humano. Por que, entre os demônios, reina o ódio.

Narro uma experiência pessoal. Eu fui chamado para fazer um exorcismo, com uma jovem. Quando cheguei no local percebi ali a ação do demônio. A moça estava totalmente possessa, os seus cabelos que eram lisos, ficaram em pé, e o demônio, agia jogando coisas, e falando que odiava quem estava ali em nome de Deus. Dizia que não ia sair e que só ia ir quando acabasse de destruir aquela vida. Quando comecei o exorcismo usando o ritual, as orações e a água benta, o demônio ficava furioso, principalmente quando, a oração era dirigida à Virgem Maria e a São Miguel Arcanjo.

O demônio sacudiu a moça e saiu, mas disse que se encontrasse a casa aberta iria voltar, não só ele, mas outros viriam com ele. Assim ela foi liberta. Quando terminou o exorcismo, pude perceber que toda a família estava ligada ao espiritismo e a magia negra. Eu orei pela a família e orientei a se manter afastados da ação do mal.

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28 de maio: SÃO GERMANO


Seu nome quer dizer ‘irmão’. Nasceu em 378 na França.

Foi muito cedo para os estudos e acabou estudando Direito em Roma. Mas, seu grande desejo, era o de viver o Santo Evangelho. E foi pautando a sua vida na Palavra do Senhor.

Homem de oração e escuta, era dócil e pronto para renunciar a si mesmo e optar pelo querer de Deus.

Germano foi visitado pela Divina Providência. Foi eleito governador da alta Itália mas, de repente, com a morte do Bispo em sua terra natal, o povo e o clero o escolheram Bispo.

São Germano renunciou à sua vontade e quis a vontade de Deus para sua vida.

Promoveu a vida monástica e a evangelização na França. Foi um apóstolo de Jesus Cristo, cheio do Espírito Santo. Com o exemplo deste santo, aprendemos que precisamos viver como verdadeiros irmãos.

São Germano, rogai por nós!

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De uma família com profundas raízes luteranas tornei-me religioso na Legião de Cristo

Nikolaus Klemeyer, L.C.


Meu nome é Nikolaus Klemeyer, nasci na Alemanha, tenho 28 anos e estou terminando o mestrado em filosofia.

Às vezes me imaginava como seria se, de uma pessoa, se fizera uma série de fotografias ao estilo de passaporte. Como bebê, logo, como uma criança, jovem, adulto, ancião... A mudança de um dia para o outro não é perceptível certamente; de semana a semana talvez um pouco, de mês a mês um pouco mais, de ano para ano com segurança. Ou seja, contemplando-o por blocos, percebe-se a alterações ocorridas nas características do rosto da pessoa.

Esta maneira de ver diferentes períodos da vida e o salto de um para o outro, sempre me ajudou na vida como cristão, como Católico, religioso legionário de Cristo e, se Deus quiser, futuro sacerdote.

No meu caso vai de um extremo a outro, ou seja, o ambiente religioso e cultural em que nasci e a experiência atual são muito distantes. O caminho de um lado para outro tem sido de forma gradual, em geral, mas ainda que parecia um lenta progresso, vendo agora, foi às vezes uma fortíssima "ascensão". De uma família com profundas raízes luteranas, sou religioso na Legião de Cristo, que certamente tem uma identidade católica profunda.

Qual tem sido o elemento na vida que tem me acompanhado de um lado para o outro? Certamente Deus e assim é que eu experimento. Tem sido uma viagem que foi crescendo com muita plenitude. O patrimônio espíritual e a graça da Igreja Católica, concretizada no patrimônio da Legião que Ele abriu para mim e que eu me tenho nutrido, é imenso. Há uma riqueza que se descobre cada dia mais na oração, na liturgia, as leituras, na convivência... E essa riqueza, se manifestará em múltiplas formas.

Aqui entra para mim o amor pela minha vocação. Todas as semanas santas que eu tenho vivido dentro da Igreja Católica na Legião de Cristo. Isso significa que Deus, através de minha “família” legionária, me introduziu na plenitude do Mistério Pascal. E é uma imensa plenitude que falta a muitas pessoas que conhecemos. Desta experiência do mistério de Cristo vivido com essas características do nosso carisma, que nos são dadas sem que possamos defini-los exatamente, se plasma uma missão: partilhar a mesma plenitude e experiência de Cristo através da caridade.

Este é para mim pessoalmente o núcleo da minha vocação religiosa. Assim é como obtém luz todos os outros elementos da nossa vocação, embelecendo e dando-lhes vida a partir de dentro: votos religiosos, vida comum e fraterna, a exigência de vida religiosa, o apostolado específico, a formação intelectual... E o futuro me entusiasma muito. Embora não seja apoditicamente lógica esta frase, porém é muita certe: se Deus já deu muito, muito mais dará no futuro.

 

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A direção espiritual

Pe. Antonio Rivero, LC (sacerdote espanhol, diretor espiritual no Seminário Maria Mater Ecclesiae de São Paulo, professor de oratória e doutor em teologia espiritual)


 
A Direção Espiritual é um meio na vida espiritual, uma guia de uma pessoa versada na vida do espírito a outra que está em caminho, que busca luz, crescimento, maior perfeição.
Esta antiga práxis vem desde os monges do deserto no século IV, e tem estas finalidades:
1. Para o discernimento pessoal e encontrar a vontade de Deus na própria vida.
2. Para crescer na vida de oração.
3. Para chegar à santidade.
Por parte do dirigido pedem–se umas atitudes especiais como são a sinceridade, apertura, confiança, generosidade, constância.
O diretor deve ser uma pessoa cheia de santidade de vida, ciência, capacidade de entender as pessoas e experiência.

 

 
 
Confira também: Defesa de doutorado do Pe. Antonio Rivero, LC


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27 de maio: SANTO AGOSTINHO DE CANTUÁRIA

            Monge beneditino, viveu em um mosteiro de Roma fundado por São Gregório Magno. Santo Agostinho na Grã- Bretanha exerceu santamente sua missão de levar muitos à santidade e assim santificar-se.

O Papa São Gregório enviou missionários para anunciar a Boa Nova nas Ilhas Britânicas, 40 monges estavam sob o comando de Agostinho, que corajosamente avançou em direção aos anglo-saxões que possuíam fama de cruéis. Agostinho ao chegar, expôs ao rei sua pregação e pediu-lhe autorização para pregar com seus irmãos.

O trabalho de evangelização foi tão fecundo que, em menos de um ano, mais de dez mil pessoas se converteram, inclusive o rei Etelberto.

Ajudado sempre pelo Papa, Santo Agostinho, na obediência acolheu as direções do Espírito e foi ordenado Bispo. Com o surgimento de novas necessidades pastorais, tornou-se Arcebispo. Com a ajuda de muitos outros missionários, alcançou a graça da conversão, praticamente para todos da ilha. Entrou na Igreja Triunfante, com outros, em 605.

Santo Agostinho de Cantuária, rogai por nós!

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26 de maio: SÃO FILIPE NÉRI

         O “santo da alegria” nasceu em Florença, Itália, no ano de 1515.

Depois de ficar órfão, recebeu um convite de seu tio para que se dedicasse aos negócios. Mas, tendo vida de oração e discernimento, ele percebeu que Deus o chamava a um outro negócio: expressar com a vida a caridade de Cristo.

Néri foi estudar em Roma. Estudou Filosofia e Teologia, deixando-se conduzir e formar pelo Espírito Santo e, mesmo antes de ser padre, visitava os lugares mais pobres de Roma. Formou uma associação para cuidar dos doentes pobres.

São Filipe disse sim para a glória de Deus e iniciou a bela obra do Oratório do Divino Amor, dedicando-se aos jovens e testemunhando sua alegria. Vivia da Divina Providência, indo aos lares dos ricos pedir pelos pobres.
Homem de oração, penitência e adoração, São Filipe Néri partiu para o céu com 80 anos, deixando para nós esse testemunho: renunciar a si mesmo, tomar a cruz a cada dia e seguir Jesus é uma alegria.


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A liturgia

Alexandre Nunes, LC (religioso legionário de Cristo, brasileiro, colaborador nas celebrações pontifícias em Roma)



         Os evangelhos nos apresentam os gestos concretos e humanos de Jesus: Ele caminha, abençôa, toca, cura, eleva os olhos ao céu, parte o pão, toma o cálice. São estes os gestos que a liturgia revive na celebração dos sacramentos. Mas é sobretudo na vigílha da sua paixão que Jesus nos ensinou os gestos que nós devemos cumprir. Ele é o mestre da nossa educação litúrgica.

A Sua arte consiste em colocar o essencial em poucas coisas. O significado da liturgia se torna transparente só na simplicidade e na sobriedade. «Quando, pois, chegou a hora, em que por vós, ó Pai, ia ser glorificado, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Enquanto ceavam, ele tomou o pão, deu graças, e o partiu e deu a seus discípulos, dizendo […]. Do mesmo modo, ele tomou em suas mãos o cálice com vinho, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos, […]».

O que torna belo o gesto do Senhor? A decoração do lugar? O modo com que  a mesa estava preparada? A riqueza da toalha do altar? É correto que tudo isto serve para sublinhar a beleza, como uma moldura que põe em evidência a beleza do quadro. A verdadeira beleza é o gesto do amor salvador: «amou-os até o extremo…, tomou o pão».  Por isto o gesto é belo. A Igreja, ao repetir o gesto de Cristo, encontra nele a beleza porque reconhece no gesto o amor do seu Senhor. 

O sentido estético, o sentido de beleza na liturgia não depende em primeiro lugar da arte, mas do amor do Mistério Pascal. Para colaborar com a liturgia, a arte necessita ser evangelizada pelo amor. A beleza de uma celebração eucarística não depende essencialmente da beleza arquitetônica, das cores, mas em primeiro lugar da sua capacidade de deixar transparecer o gesto de amor realizado por Cristo. Através dos gestos, das palavras e das orações da liturgia nós devemos reproduzir e fazer transparecer o gesto, a oração e a palavra do Senhor Jesus. É este o mandamento recebido do Senhor: «Fazei isto em memoria de mim».

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O Espírito Santo

Pe. Cassio Barros, L.C. (sacerdote legionário de Cristo, brasileiro, doutorando em teologia em Roma)


Não é fácil escrever sobre o Espírito Santo, assim chamado o “grande desconhecido”. Gostaria de expressar-me oferecendo um testemunho pessoal.

O Espírito Santo é aquele hóspede da alma bastante “incômodo”, porque Ele está sempre empurrando-nos à santidade e essa custa. Mas também tenho que dizer que vale a pena escutá-lo. Quanta paz Ele oferece para aqueles que o escutam e cumprem as suas indicações. É questão de fazer a experiência.

É importante não confundir “inspirações do Espírito Santo” com aquilo que eu gostaria de fazer, com as minhas ideias e meus planos. Quase sempre Ele muda todos os nossos planos. Para saber discernir sempre é bom ter um diretor espiritual que me ajude nessa tarefa. Com o tempo vai sendo cada vez mais claro saber quando quem fala dentro de mim é Ele ou os meus vaidosos desejos. E se descobre isso quando o fruto de seguir determinada inspiração é a paz, mas a paz profunda da consciência, que só Deus pode dar.

Assim, o Espírito Santo é aquele que está sempre empurrando-me a sair de mim mesmo; a viver em comunidade – fazendo Igreja; a colaborar com os demais; a unir forças e jamais criticar ou destruir os demais; a perdoar a todos, etc. Também é o Espírito Santo que me leva a conhecer melhor Cristo nas Escrituras. Ele me ensina a compreender melhor o que eu leio e me indica o caminho para colocar em prática o Evangelho.

O Espírito Santo quer e pode mudar a minha vida. Ele me quer santo e está dentro de mim empurrando-me à santidade, mas Ele é muito delicado e basta não prestar-lhe atenção ou ofender a Deus e Ele ficará ali caladinho, esperando ser chamado.

Para terminar simplesmente queria dizer que o Espírito Santo que atuou no início da Igreja com tantos milagres é o mesmo que quer atuar hoje na Igreja, que quer atuar em mim e fazer-me santo, por isso devemos dar-lhe essa oportunidade e crer Nele e Ele fará maravilhas na nossa vida. “Vem Espírito Santo e transforma a face da terra!”

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