Orações, não fofocas!

Por Celso Júlio da Silva LC

Na audiência geral do dia 25 de março deste ano o papa Francisco abordou o tema do Sínodo sobre a família. Recordou que o trabalho sinodal deve ser realizado da parte de todos à luz do modelo da Sagrada Família, dentro da qual o Filho de Deus se fez carne. Ademais, belíssima é a oração proposta pelo Santo Padre, com a que todo cristão está chamado a colaborar essencialmente no processo do trabalho sinodal.

Num determinado ponto da sua alocução algo valioso apareceu: peço orações, não fofocas! Francisco é inimigo constante das fofocas. Todos nós sabemos quantas marés de fofocas se levantaram na primeira seção do Sínodo, que, no final das contas, foram tergiversações de determinados temas sobre todo da parte de quem viveu o Sínodo só de expectador, sem conhecer a fundo o que se falou na sala sinodal. Algo similar como aconteceu no Concilio Vaticano II que- como bem exprimiu Bento XVI no seu livro: “Luz do mundo”-: todos opinam e interpretam mal ou pela metade o Concílio talvez porque poucos leem os documentos que emanaram do mesmo.

Diante do perigo da tergiversação o Papa Francisco pediu oração, não fofocas. Chama-nos à oração pela família do nosso tempo. Oração como arma eficaz para lutar pela beleza e pela integridade sagrada de toda família no meio das ondas destrutoras que frequentemente a açoitam.

A fofoca sempre costuma dar-se quando quem por medo ou ignorância vê e julga superficialmente desde fora ou de longe, terminando por opinar ou criticar sem fundamento ou de costas por medo à verdade. A fofoca nunca nasce desde dentro, desde uma compreensão veraz e íntegra dos acontecimentos, e por isso a tendência humana é justamente a tergiversação, como nos adverte de soslaio o Papa.

Com certeza a oração nos fará muito bem. A oração é algo constitutivamente cristão, a fofoca não. A oração sempre une, embeleza e enriquece a família desde dentro das nossas próprias relações familiares e com certeza fortalecerá e iluminará tanto o trabalho do Sínodo como as mentes e os corações dos que em primeira fila estão chamados a encontrar novas guias e projetos para proteger e fomentar com criatividade cada família sob a luz da Sagrada Família de Nazaré.


Enfim, a fofoca é tristemente destrutora. A oração é, sem dúvida alguma, criativa.    

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