Douglas Ginkreski,
L.C. (religioso
legionário de Cristo, de Irati-PR. Filósofo. Com experiência de anos no
trabalho pastoral y pedagógico com jovens e adolescentes)
Douglas coordina uma página no Facebook e internet sobre a adolescência para o contato direto com os jovens, responder as suas dúvidas, etc.
A página se chama Adolescentes Iporké (https://www.facebook.com/pages/Adolescentes-iPork%C3%A9/133791390111193)
A adolescência é uma fase de grandes contrastes: o primeiro e mais
marcante é aquele que diz respeito ao modo de se ver do próprio adolescente.
Indo mais adiante, podemos dizer que muitos adolescentes cristãos vivem uma
questão muito delicada no que diz respeito ao seu relacionamento com Deus: o
desejo de servir a Deus, sem, contudo, fazer o que Deus gosta muitas vezes.
Orientar um
adolescente é um grande desafio, seja no lar, na escola, no meio social em que
ele vive. E a complexidade da questão pode aumentar cada vez mais. Por vários
fatores como, por exemplo: a ausência dos pais, devido à correria do dia-a-dia;
falta de preparação dos educadores para lidar com as mudanças típicas desta
época; más companhias, a influência, muitas vezes negativa dos meios de
comunicação, entre outras.
É quase que
inevitável surgir nesta fase desentendimentos, discussões, brigas e falta de
diálogo, criando assim um ambiente pouco aceitável na formação de um
adolescente.
É um período da vida
interessante, pois é difícil entender e educar ao adolescente, mas o primeiro
que não se entende é ele mesmo, pois nele tudo se transforma, corpo e mente,
sente impulsos e atrações que antes não sentia, começa a se dar conta que tem
na cabeça um instrumento potentíssimo que se chama razão, tudo tem que passar
pelos silogismos da sua mente. Se não entende claramente, não o aceita.
Tem o DESEJO
DE REALIZAR-SE, DE SER ELE MESMO, decidindo com plena liberdade sobre si, seu
presente e seu futuro. De aí vem a sua instintiva rejeição à toda autoridade:
familiar, escolar, social e religiosa.
Sente a NECESSIDADE
DE AUTO-AFIRMAÇÃO, alguns chegam “negar” o consentimento às verdades de fé que
os adultos lhe ensinaram, as vezes dá sinais de afastamento e esfriamento
religioso, não aceitam explicações simples, e as vezes nenhum tipo de
explicação. Menos ainda, permitem que se lhes imponha a aceitação das verdades
de fé, ou que se lhe obrigue ou pressione em suas práticas religiosas.
Necessita REVISAR as suas
crenças, e ver se é real tudo o que eles acreditam para viver a sua relação com
Deus como OPÇÃO PESSOAL. Não aceitam que se lhes leve pela mão à missa
dominical, em todo caso irá com os seus amigos.
Nesta fase eles necessitam
de ajuda, mas não de imposição. Eles têm muitas dúvidas sobre diversos temas,
por isso os pais tem que ter muita paciência e sair ao encontro dos
adolescentes, escutar, compreender e orientar, caso isso não aconteça,
possivelmente ele vai buscar respostas em outros lugares.
Por parte dos pais e
educadores é necessário aceitar o momento evolutivo pelo qual passa o
adolescente, não se desesperar por sua normal crise religiosa: ser
compreensivos e escutá-los, NECESSITAM SER ESCUTADOS! É importante que o adolescente
veja que os seus pais não se “escandalizam” pelos seus pensamentos sobre
a religião e outros temas.
Alguns de
nós passamos por isso e superamos. Assim eles compreenderão a relatividade
dos seus problemas.
Ainda que
não pareça, eles NECESSITAM do carinho dos pais. O exemplo dos pais, que
em sua vida madura, adulta, seguem crendo em Cristo, amando com simplicidade a
Maria, participando fielmente em sua missa dominical... Isto ajudará a superar
a sua crise espiritual.
Por isso é
importante enfrentar este período difícil com ANIMO E SERENIDADE.
Sim, terão que exigir muitas vezes, mas a diferença está no amor
que se coloca em cada uma dessas exigências. Tem que buscar o momento
apropriado e que nunca seja um desabafo pelo que sinto com esse tipo de
comportamento. Que eles vejam que é para o bem deles.
Ter em mente que se dizemos que é pelo bem
dele, temos que demonstrar que verdadeiramente queremos o bem dele, e uma
manifestação essencial é o acompanhamento muito próximo, interessar-se pelas coisas
dele, acompanhar-lhe sempre em suas atividades, não só corrigir o que erram,
mas também parabenizar-lhes pelos progressos e conquistas.
O
Beato João Paulo II escreveu:
“Se em cada período
de sua vida o ser humano deseja afirmar-se, encontrar o amor, na juventude o
deseja de uma forma ainda mais intensa. Os desejos de afirmação, em todo caso,
não deve ser entendido como uma legitimação de tudo, sem exceções. Os jovens de
modo algum querem isso: estão dispostos inclusive a serem repreendidos, exigindo
que se diga a ele sim ou não. Eles precisam de guias, e os querem
disponíveis. Se procuram pessoas abalizadas, fazem-no porque as percebem ricas
de calor humano e capazes de caminharem junto com eles pelos caminhos que
escolheram seguir”. (JOÃO PAULO II, Cruzando o Limiar da Esperança, pág.
123)
O
ponto médio está no amor. Acompanhá-los com amor!