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Pe. Cassio Barros, LC
Estamos no Ano
da Fé. E se nos perguntamos: “qual é o núcleo da nossa fé?”, ou seja, “o que é
que nós devemos crer para podermos ser reconhecidos como católicos?” A resposta
é: o Credo.
Nas missas de
domingo percebemos que às vezes rezamos um Credo, e outras vezes, em outros
lugares, rezamos outro Credo. Um é mais comprido e o outro é mais curto. Existe
alguma diferença entre eles?
Na verdade
existem várias diferenças. Para começar, devemos dizer que na Igreja Católica
não existem somente esses dois Credos, existem muitos mais. Esses dois são os
mais usados. O mais curto é conhecido como o “Credo dos Apóstolos” e o mais
longo é o “Credo Niceno-constantinopolitano”. Os outros Credos, somente para
poder dizer alguns nomes poderiam ser: o “Símbolo Atanasiano”, o “Credo
Tridentino”, o “Credo do Povo de Deus” do Papa Paulo VI, e outros.
Antes de
comentar as diferenças desses dois Credos principais, seria bom conhecer o que
eles têm em comum. Todos os Credos são conhecidos também como “Símbolos”. Essa
palavra vem do grego e significa “unir duas partes”. Geralmente era usada
quando se rompia um objeto (por exemplo, um anel ou um bastão) e se davam a
duas pessoas para que os pedaços servissem como um reconhecimento. Um
mensageiro levava um pedaço e se encaixava com o outro pedaço a quem seria
destinada a mensagem significava que o mensageiro era autêntico, era de
confiança. O mesmo acontece com o “Símbolo” da nossa fé. Por uma parte está a
fé da Igreja e pela outra estou eu que digo: “eu creio”. Quando essas duas
partes se encaixam perfeitamente significa que eu creio no que a Igreja crê;
significa que somos uma realidade única; significa que eu sou Igreja, junto com
todos os outros que também professam a mesma fé. Agora vamos ver a diferença
principal entre esses dois “Símbolos” mais conhecidos.
O “Símbolo
Apostólico” pertence àqueles tipos de símbolos chamados “Símbolos Batismais”.
São os mais antigos na Igreja. Eram fórmulas compostas por cada igreja particular
para preparar aqueles que estavam prestes a receber o batismo. Na antiguidade o
batismo se recebia como adulto porque a pessoa deveria ser consciente do que
estava professando. Havia toda uma preparação séria. Assim, na antiguidade,
cada Igreja, ou seja, a Igreja de Roma, de Éfeso, de Antioquia, de Jerusalém
etc., cada uma fazia a sua fórmula. Todas essas fórmulas nada mais eram do que
uma amplificação da fórmula trinitária (Mt 28,19), que é aquela quando Jesus
pede que se batize em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O “Símbolo
Apostólico” que nós conhecemos é a fórmula da antiga Igreja de Roma. Portanto é
uma fórmula muito antiga. Esse tipo de “Símbolo” pressupõe um caminho de
catequese e um processo de conversão pessoal. É uma fórmula baseada no diálogo
“Tu crês? – Eu creio”. Portanto é a expressão de um escutar, acolher e
responder, que faz participar o “tu” da grande família que é a Igreja.
O “Símbolo
Niceno-constantinopolitano” tem esse nome difícil porque é o resultado de dois
Concílios da Igreja. Um realizado na cidade de Niceia e outro, na cidade de
Constantinopla. Portanto uma primeira diferença seria a data, pois este
“Símbolo” é muito posterior. Foi realizado no século IV. E é um “Símbolo”
diferente do primeiro também no seu objetivo, ou seja, este “Símbolo” foi feito
para aclarar melhor as verdades da nossa fé. Por isso ele é mais cumprido. É um
“Símbolo” feito por muitos bispos em conjunto e, portanto também muito cuidado
nos seus detalhes e muito mais completo. É um instrumento para a unidade da
Igreja.
Agora uma
curiosidade. O Catecismo da Igreja Católica, quando foi feito quis seguir o
esquema do Credo. Mas, qual Credo deveria seguir? Primeiro se pensou no
“Símbolo Niceno-constantinopolitano” porque é mais completo, mas depois se
decidiu por seguir o esquema do “Símbolo Apostólico” porque é uma fórmula
batismal, que prepara para o batismo, para quem está aprendendo a conhecer a
própria fé. É uma fórmula que representa esse diálogo na fé, de quem,
pessoalmente, diz: “eu creio”. Com essas razões se escolheu este “Símbolo dos
Apóstolos” para preparar o nosso Catecismo, do qual se recomenda vivamente a
leitura antes que se termine o Ano da Fé.
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Muito válido pq foi comentado em uma formação. Por isso tive curiosidade de pesquisar foi muito posigivo