Os anjos em nossa história

Gildásio Júnior G. Almeida - Licenciado em Filosofia pelo Istituto São Tomás de Aquino – BH. Atualmente estuda teologia no Seminário Mater Ecclesiae do Brasil.





Cada um de nós temos uma história pessoal pela qual o hoje de nossa vida é profundamente marcado e influenciado. Quando voltamos às páginas que perfazem nosso passado, percebemos uma série de situações e de acontecimentos diante dos quais podemos concluir que o curso de nossa vida, teria sido negativamente diferente se tivéssemos feito esta ou aquela escolha, se não tivéssemos dado ouvido àquela intuição, àquele pensamento que nos ajudou a resolver certos problemas e a evitar consequências danosas para nossa vida física e espiritual... Um olhar profundo sobre tudo isso, nos leva a concluir que por traz de muitos desses eventos há uma providência, uma realidade espiritual que nos acompanha e nos auxilia de modo ordinariamente velado e misterioso.

Que realidade é esta? Pela Revelação Divina, da qual a Igreja é fiel depositária, sabemos que são os anjos. Mas o que nos ensina a Igreja sobre estes seres tão conhecidos, mas ao mesmo tempo tão desconhecidos em sua verdadeira natureza? Em nosso Credo Niceno Constantinopolitano professamos que Deus é criador das “coisas visíveis e invisíveis”, e destas ultimas fazem parte os anjos. Portanto, como afirma o Catecismo da Igreja, são seres “puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade, são criaturas pessoais e imortais” (n. 330). São chamados de anjos, não por causa de sua natureza, mas do seu encargo, que é ser mensageiros de Deus. Assim, quanto à natureza é um espírito e quanto ao encargo é um anjo (n. 329).

Pelas Escrituras Sagradas, conhecemos diversas intervenções divinas por meio destes seres no decorrer da História de nossa Salvação: “fecham o paraíso terrestre (Gn 3,24)... seguram a mão de Abraão (Gn 22,11)... conduzem o povo de Deus (Ex 23, 20-23), anunciam nascimentos e vocações...” (n.332). Toda a vida terrena de nosso Senhor, a vida da Igreja e dos santos, como Santa Teresa de Jesus, Santa Gema Galgani, São Pe. Pio, são também marcadas pela ação extraordinária destas criaturas espirituais. Assim, se por um lado toda a História da Salvação e da Igreja é permeada pela presença dos anjos, por outro ocorre o mesmo em nossa historia pessoal, embora de formas diferentes. Do inicio ao final de nossa vida somos acompanhados por um anjo que, como protetor e pastor, tem por missão nos conduzir à Deus (n. 336), à nossa pátria celeste.

Ao olhar para as diversas etapas de minha vida, posso enxergar com gratidão que a fé na presença destes amigos ao meu lado foi sempre presente ao longo do meu caminho. Durante minha infância, quando comecei a receber minhas primeiras lições de catequese, sabia que ele, meu anjo da guarda, estava sempre ao meu lado, e por isso não hesitava em falar com ele, em pedir sua ajuda diante de alguma situação de medo e até o imaginava chorando quando eu fazia alguma travessura. Mas conforme os anos foram passando e a infância sedia lugar à adolescência, fui perdendo essa intimidade com o meu anjo. Mas ela voltaria através de um amigo, já maduro na idade e na vida espiritual, que muito me falava de suas experiências com os anjos. Dos seus olhos vertiam lágrimas sempre que deles me falava. Ouvi-lo era sempre para mim uma experiência verdadeiramente sobrenatural. Então aos poucos a atenção do meu coração se voltava novamente para este anjo amigo colocado por Deus ao meu lado. E percebia seu auxílio em muitas situações, simples e concretas. Uma delas ocorreu quando eu participava de um grupo de jovens e recebi o encargo de dirigir uma das reuniões. Então algumas horas antes do início do encontro, que neste dia aconteceria no centro catequético da minha paróquia, fui preparar a sala para o momento. Enquanto preparava, veio-me o pensamento de que eu deveria ir imediatamente até a porta do centro. Não havia motivo algum para eu fazer isso, no entanto obedeci. Quando lá cheguei, deparei-me com um ladrão roubando minha bicicleta e imediatamente a retomei (é claro que ele não estava armado, caso contrário não o faria!). Não tenho dúvidas de que aquele pensamento sem nenhum motivo por mim conhecido, foi fruto, por assim dizer, de um sussurro do meu anjo da guarda aos meus ouvidos. Posso perceber a presença deste companheiro em muitas outras situações de minha vida, bem como em escolhas que me marcariam para sempre.

Portanto, os anjos, como servidores e mensageiros de Deus, conforme constatamos nas Sagradas Escrituras, fazem parte da História de nossa Salvação, e na sucessão de eventos e acontecimentos colaboraram com Ele para levá-la ao seu objetivo, ou seja, à nossa Redenção; mas Deus quis ainda deles dispor, tornando-os nossos guias e protetores. Assim, munidos de um olhar de fé, podemos ver por traz de muitas situações e acontecimentos de nossa vida, sua presença e sua ação que tem como único objetivo nos conduzir, de modo livre e particular, ao termo de nossa história que é o encontro pleno e definitivo com nosso Senhor. 

 

 

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História, objetivo, lema e símbolos da Jornada Mundial da Juventude

Anderson Pitz, LC




A iniciativa de reunir os jovens num encontro internacional foi do Beato João Paulo II. A primeira Jornada Mundial da Juventude teve lugar no ano 1986 em Roma com o título “Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês" (1Pd 3, 15).

Depois de 1986 sucederam 21 Jornadas. O Rio sediará a 23º JMJ.

Todos os anos são organizadas jornadas nos diferentes países e dioceses e a cada dois ou três anos se prevê um encontro internacional com o Papa.

A JMJ tem como objetivo principal dar a conhecer a todos os jovens do mundo a mensagem de Cristo, mas é verdade também que, através deles, o ‘rosto’ jovem de Cristo se mostra ao mundo.

Os símbolos da Jornada são a cruz, símbolo da fé católica; a ícone de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”, padroeira da cidade de Roma e primeira imagem encontrada na Basílica de Santa Maria Maior em Roma. Tais símbolos acompanham todas as Jornadas Mundiais.

A XXVIII Jornada Mundial da Juventude será realizada de 23 a 28 de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro e tem como lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19).

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Blog recebe novo design.

Quem não gosta de uma mudança certamente não sabe o valor que é descobrir uma surpresa, e menos ainda a beleza que existe no novo, seja um novo tempo ou então experiências novas. Contudo, faz parte da vida do cristão se renovar a cada dia, renovar sua intimidade com Deus, renovar as suas relações com o próximo, renovar enfim seu coração. 

E não seria diferente com o nosso blog, já que temos por objetivo levar o evangelho até os nossos leitores, evangelho esse que todos os dias vêm a nós de maneira nova. Por tal motivo decidimos mudar layout do ‘Noções Católicas’, isso mesmo! Reformulamos todo o nosso design para atender de maneira mais fácil e com maior praticidade aos desejos daqueles que nos acompanham de perto como também daqueles que apenas nos visitam. 

Nós que fazemos a equipe do apostolado ‘Noções Católicas’ desejamos que todos os leitores caminhem calmamente pelas ruas e montes do blog. Apreciem nossos textos, e descubram sempre uma novidade nas temáticas e noções que tratamos.

Aceitamos críticas e sugestões pelo e-mail nocoescatolicas@gmail.com

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O nosso Credo

Pe. Cassio Barros, LC




Estamos no Ano da Fé. E se nos perguntamos: “qual é o núcleo da nossa fé?”, ou seja, “o que é que nós devemos crer para podermos ser reconhecidos como católicos?” A resposta é: o Credo. 

Nas missas de domingo percebemos que às vezes rezamos um Credo, e outras vezes, em outros lugares, rezamos outro Credo. Um é mais comprido e o outro é mais curto. Existe alguma diferença entre eles?

Na verdade existem várias diferenças. Para começar, devemos dizer que na Igreja Católica não existem somente esses dois Credos, existem muitos mais. Esses dois são os mais usados. O mais curto é conhecido como o “Credo dos Apóstolos” e o mais longo é o “Credo Niceno-constantinopolitano”. Os outros Credos, somente para poder dizer alguns nomes poderiam ser: o “Símbolo Atanasiano”, o “Credo Tridentino”, o “Credo do Povo de Deus” do Papa Paulo VI, e outros.

Antes de comentar as diferenças desses dois Credos principais, seria bom conhecer o que eles têm em comum. Todos os Credos são conhecidos também como “Símbolos”. Essa palavra vem do grego e significa “unir duas partes”. Geralmente era usada quando se rompia um objeto (por exemplo, um anel ou um bastão) e se davam a duas pessoas para que os pedaços servissem como um reconhecimento. Um mensageiro levava um pedaço e se encaixava com o outro pedaço a quem seria destinada a mensagem significava que o mensageiro era autêntico, era de confiança. O mesmo acontece com o “Símbolo” da nossa fé. Por uma parte está a fé da Igreja e pela outra estou eu que digo: “eu creio”. Quando essas duas partes se encaixam perfeitamente significa que eu creio no que a Igreja crê; significa que somos uma realidade única; significa que eu sou Igreja, junto com todos os outros que também professam a mesma fé. Agora vamos ver a diferença principal entre esses dois “Símbolos” mais conhecidos.

O “Símbolo Apostólico” pertence àqueles tipos de símbolos chamados “Símbolos Batismais”. São os mais antigos na Igreja. Eram fórmulas compostas por cada igreja particular para preparar aqueles que estavam prestes a receber o batismo. Na antiguidade o batismo se recebia como adulto porque a pessoa deveria ser consciente do que estava professando. Havia toda uma preparação séria. Assim, na antiguidade, cada Igreja, ou seja, a Igreja de Roma, de Éfeso, de Antioquia, de Jerusalém etc., cada uma fazia a sua fórmula. Todas essas fórmulas nada mais eram do que uma amplificação da fórmula trinitária (Mt 28,19), que é aquela quando Jesus pede que se batize em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O “Símbolo Apostólico” que nós conhecemos é a fórmula da antiga Igreja de Roma. Portanto é uma fórmula muito antiga. Esse tipo de “Símbolo” pressupõe um caminho de catequese e um processo de conversão pessoal. É uma fórmula baseada no diálogo “Tu crês? – Eu creio”. Portanto é a expressão de um escutar, acolher e responder, que faz participar o “tu” da grande família que é a Igreja.

O “Símbolo Niceno-constantinopolitano” tem esse nome difícil porque é o resultado de dois Concílios da Igreja. Um realizado na cidade de Niceia e outro, na cidade de Constantinopla. Portanto uma primeira diferença seria a data, pois este “Símbolo” é muito posterior. Foi realizado no século IV. E é um “Símbolo” diferente do primeiro também no seu objetivo, ou seja, este “Símbolo” foi feito para aclarar melhor as verdades da nossa fé. Por isso ele é mais cumprido. É um “Símbolo” feito por muitos bispos em conjunto e, portanto também muito cuidado nos seus detalhes e muito mais completo. É um instrumento para a unidade da Igreja.

Agora uma curiosidade. O Catecismo da Igreja Católica, quando foi feito quis seguir o esquema do Credo. Mas, qual Credo deveria seguir? Primeiro se pensou no “Símbolo Niceno-constantinopolitano” porque é mais completo, mas depois se decidiu por seguir o esquema do “Símbolo Apostólico” porque é uma fórmula batismal, que prepara para o batismo, para quem está aprendendo a conhecer a própria fé. É uma fórmula que representa esse diálogo na fé, de quem, pessoalmente, diz: “eu creio”. Com essas razões se escolheu este “Símbolo dos Apóstolos” para preparar o nosso Catecismo, do qual se recomenda vivamente a leitura antes que se termine o Ano da Fé.

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As mais emblemáticas frases do Papa Francisco

Anderson A. Pitz, LC


O Papa Francisco tem desenvolvido um pontificado realmente inédito. Uma personalidade que atrai a todo tipo de pessoa, religiosa ou ateia. Nestes poucos meses impressionou muitas as suas frases, que marcam o que ele quer da Igreja e o que nos aconselha a todos.

A Igreja não é uma ONG piedosa
"Podemos construir muitas coisas, mas se não cremos em Jesus Cristo, nos converteremos numa ONG humanitária, mas não na Igreja, Esposa do Senhor. A Igreja não é uma organização que nasce de um acordo entre pessoas, mas obra de Deus".
Uma igreja pobre para os pobres
"São Francisco de Assis é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre..." Ah, como gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres! A pobreza é aprendida com os humildes, os doentes e todos aqueles que estão nas periferias existenciais da vida. A pobreza teórica não serve para nós. “A pobreza se aprende tocando a carne de Cristo pobre nos humildes, nos pobres, nos doentes e nas crianças”.
Quem não ora ao Senhor, ora ao diabo
"Quando não confessamos Jesus Cristo vem à minha mente aquela frase de Léon Bloy: “Quem não ora ao Senhor, ora ao diabo". Quando não confessamos Jesus Cristo, confessamos o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio".
A Igreja deve deixar as sacristias e os cristãos devem orientar-se uns aos outros
"Seguir, acompanhar a Cristo, permanecer com ele requer sai. Sair de si, da tentação de fechar-se em esquemas próprios que acabam por fechar o horizonte da ação criativa de Deus. (…) Temos de avançar ao encontro de nossos irmãos e irmãs, e especialmente de aqueles que estão mais distantes, que são esquecidos, quem precisa de compreensão, consolo e ajuda"
Deus não se cansa de perdoar
"O Senhor nunca se cansa de perdoar. Nunca! Somos nós que nos cansamos de pedir perdão. E peçamos a graça de não cansar-nos de pedir perdão, porque ele nunca se cansa nos perdoar".

Um Papa de serviço, não de poder
"Não podemos esquecer que o verdadeiro poder é o serviço e que o Papa, para exercer o poder também deve entrar cada vez mais nesse serviço que tem o seu cume brilhante na Cruz".
Pastores com cheiro das ovelhas
"Existem padres tristes, e convertidos em colecionadores de antiguidades ou de novidades, em vez de ser pastores com cheiro das ovelhas, em vez de ser pastores no meio de seu rebanho e pescadores de homens; só lhes peço o seguinte: sejam pastores com cheiro das ovelhas".
Não, você não pode anunciar Jesus com cara de funeral
"Não sejam nunca mulheres e homens tristes: um cristão não pode estar nunca triste! Não se deixem ganhar nunca pelo desânimo! Quero católicos felizes. Não se pode anunciar a Jesus com cara de funeral".
Uma Igreja que cuida a Criação
"Nós somos guardiões da Criação, do projeto de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do meio ambiente. A pessoa humana está em perigo: eis aqui a urgência da ecologia humana!".
Desperdiçar comida é roubar
"Em muitas partes do mundo, não obstante a fome e a desnutrição se desperdiçam alimentos. Quando o alimento é compartilhado do modo justo, a ninguém falta o necessário. Os alimentos que são jogados no lixo são os alimentos que são roubados da mesa do pobre, do que tem fome".
Contra a cultura do descarte
"Egoísmo e cultura do descartado levaram a descartar as pessoas mais fracas e necessitadas".
Contra a cultura do bem-estar
"Dizem: ’Não, não, não mais do que um filho, porque não podemos ter férias, não pode ir a este lugar, não podemos comprar casa. É bom seguir o Senhor, mas até certo ponto’. Isso é o que faz o bem-estar: nos leva para baixo, nos tira a coragem, essa coragem forte para caminhar perto de Jesus".
Contra a tirania dos mercados e o culto do dinheiro
"O antigo culto ao bezerro de ouro encontrou uma imagem nova e cruel no fetichismo do dinheiro e a ditadura de uma economia que não tem cara. Hoje não manda o homem, mas o dinheiro. O dinheiro deveria servir e não governar!"
Respeito aos que não creem
"Considerando que muitos de vocês não pertencem à Igreja Católica e outros não creem, dou-lhes com todo o meu coração esta bênção, em silêncio, para cada um de vocês, respeitando a consciência de cada um, mas sabendo que todos são filhos de Deus. Deus lhes abençoe". (Para os jornalistas credenciados no Vaticano)
Ateus também são salvos
"O Senhor nos salvou com seu sangue, não só aos católicos. ‘Mas padre, e os ateus?' Também a eles. Todos! Este Sangue nos faz filhos de Deus de primeira categoria. 'Mas eu não creio, padre, sou um ateu!' Mas você faz o bem, e ali nos encontramos todos! Todos temos o dever de fazer o bem".
A Igreja não é uma alfândega
"Pensem numa jovem mãe, que vai à igreja: 'quero batizar o meu filho'. E dizem para ela: 'Não, não pode porque você não é casada'. Esta jovem, que teve a coragem de realizar a sua gravidez e não devolveu seu filho ao remetente, o que encontra? Uma porta fechada! Isso afasta do Senhor! Jesus fica indignado quando vê estas coisas. Muitas vezes nos comportamos como controladores de fé e não como facilitadores. A Igreja não é uma estância aduaneira. Oremos ao Senhor para que todos aqueles que se aproximem à Igreja encontrem as portas abertas".
Uma igreja livre das ideologias
"Os ideólogos falsificam o Evangelho. Qualquer interpretação ideológica, vinda de uma parte ou de outra, é uma falsificação do Evangelho. Estes ideólogos - e já vimos na história da igreja – acabam tornando-se intelectuais sem talento, éticos sem bondade. E da beleza, nem falemos, já que eles não entendem nada".
Jesus, única porta
"Jesus é a única porta para entrar no Reino de Deus; Todas as outras trilhas são enganosas, não são verdadeiras, são falsas. […] A identidade cristã é uma pertença à Igreja... porque não é possível encontrar Jesus fora da Igreja".
As freiras não são "solteironas"
"A castidade é um carisma que estende a liberdade da entrega a Deus e aos demais com a ternura, a misericórdia e a proximidade de Cristo (...). Mas, por favor, uma castidade fecunda, uma castidade que gera filhos espirituais na Igreja. A consagrada é mãe, tem de ser mãe e não uma solteirona. Perdoe-me se eu falo assim, mas é importante esta maternidade da vida consagrada, esta fecundidade".
A oração não é um aborrecimento, nem a eternidade
“A oração que é aborrecida é a que está dentro de nós mesmos como um pensamento que vai e vem; a oração em nome de Jesus nos faz sair de nós mesmos. […] A eternidade vai ser isto: louvar a Deus. Mas não vai ser aborrecido, será muito lindo.”
A confissão não é uma sessão de tortura ou uma lavandaria
         "Jesus, no confessionário, não é um produto de limpeza a seco. A possibilidade de ter vergonha é uma verdadeira virtude cristã e até mesmo humana. Santa vergonha (...). Assim é como tomamos consciência do mal feito (...) e se manhã fazer a mesma coisa? Ir novamente... Ele sempre nos espera. O confessionário não é uma sessão de tortura, mas o lugar onde Deus nos convida a experimentar a sua ternura."
Deus não é um spray
"Deus é uma pessoa específica, não um Deus difuso, um Deus spray, que está um pouco por toda parte, mas que não se sabe o que é".
A Igreja não é uma babá
         "Se anunciamos a mudança, a Igreja se converte numa igreja mãe que gera filhos, para que nós, filhos da Igreja, levemos (o Espírito Santo). Mas quando não o fazemos, a Igreja se torna não em uma mãe mas numa babá, que cuida da criança para fazê-la dormir. É uma igreja adormecida."
Pecadores sim, corruptos não
         "O problema não é ser pecadores, mas não se arrepender do pecado, não ter vergonha do que fizemos. Mesmo que Pedro fosse pecador, Jesus manteve sua promessa de construir sobre ele a sua Igreja. Pedro era pecador, mas não corrupto. Pecadores, sim, todos: corruptos, não".

Que os cristãos trabalhem na política
"Os cristãos não podem lavar-se as mãos, devemos entrar na política porque a política é uma das formas mais altas de caridade porque busca o bem comum. Os cristãos devem trabalhar na política. A política é suja, se diz. Mas, por quê? Será porque os cristãos não entraram nela com o espírito do Evangelho?"

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A vida

Fernando de Souza, LC - Legionário de Cristo. Formado em humanidades clássicas e em filosofía. Grande experiência no trabalho de formador em seminário e pastoral vocacional. Atualmente estuda teologia em Roma.




Não podemos esquecer que a vida é um dom de Deus, uma dádiva que nos foi dada. E como todo dom nos é dado gratuitamente, fruto do imenso amor de Deus. Não fizemos nada para merecer e, no entanto, nos foi dado...

É por isso que nós cristãos não somente vivemos a vida diante de Deus, senão que a defendemos desde sua concepção até a morte natural. Porque sendo um dom, provém de Deus e quem somos nós para julgar quem pode viver ou não? Ele é o autor da vida!!!

Devemos entre todos nos apoiar e estimular a viver com dignidade, com alegria, com plenitude, pois Jesus veio nos dar a vida e vida em abundância.

Por outro lado minha experiência, 28 anos de vida, me mostra que a vida é uma oportunidade para conhecermos a Deus e amá-lo em plenitude. Podemos vivê-la com Deus ou sem Deus. A escolha depende de cada um. Posso testemunhar que viver com Deus é a melhor opção que podemos fazer. SIM, é uma aventura, mais uma das melhores...

DIGA SIM A VIDA você também. E desfrute da vida junto com Deus, pois Ele quer que vivamos em plenitude. 

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Sagrado Coração de Jesus

Anderson A. Pitz, LC - Legionário de Cristo, de Joinville-SC. Formado em humanidades e línguas clássicas e em filosofia. Atualmente estuda teologia em Roma e está se especializando em exorcismo e oração de libertação.




         Hoje celebramos a festa do Sagrado Coração de Jesus. Podemos dizer que esta devoção tem sua origem durante a mesma vida de Jesus: o seu infinito amor aos homens e o amor de tantos homens à Ele.

         Em muitas linhas do Evangelho lemos frases como: “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-lhes até o extremo”; “Jesus chorou” a perda do seu amigo Lázaro; “Não há maior amor que aquele de dá a sua vida pelos seus amigos”. Por outra parte, florecem abundantes sinais de pessoas que o amam apaixonadamente: “João, o discípulo amado”; “Marta, deixaia, Maria escolheu a melhor parte”.

         Porém, a devoção ao Coração Sagrado como a conhecemos hoje em dia teve início com as famosas aparições à Santa Margarita Maria de Alacoque, no convento de Paray-le-Monial (França). Nestas aparições, Jesus com seu coração chamejante, revelou à Santa Margarita quanto amava o mundo e as suas almas e que pelo contrário, recebia especialmente dos seus escolhidos, ofensas e ultrajes.

         “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares”.

         A festa litúrgica odierna é celebrada em toda a Igreja, com caráter de solenidade. É Jesus quem bate à porta do nosso coração e diz como à Santa de Alacoque: “pelo menos tu, ama-me”.

         Olhar a imagem desse Jesus, com um coração radiante, ardente em chamas, é sentir como arde o seu coração de amor por mim. Um amor desinteressado, que quer só o meu maior bem, a minha realização, que um dia esteja completamente do Seu lado fazendo-lhe compania para toda a eternidade.

         A este Coração envolve-lhe uma coroa de espinhos. As faltas, ofensas, pecados meus e de todo o mundo laçeram o coração de Jesus. Olhemos esse coração e não fiquemos indiferentes. Jesus nos ama apaixonadamente. No nosso coração brote o desejo de corresponder-lhe, de amar-lhe. Sagrado Coração de Jesus, eu também quero dizer como Santa Margarita Maria aquelas doces palavras que tantas vezes eu também escuto e faz o meu coração tremer: “eu te amo”.

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Por que me fiz sacerdote?

Pe. André Delvaux, LC - nascido no Rio de Janeiro, recém ordenado sacerdote legionário de Cristo.  Conta como descubriu a sua vocação e a aventura dessa entrega à Deus.



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A lei civil

Antônio Heloi Koaski - Advogado




O que seria a lei civil para um católico? Venho pedir permissão para Hans Kelsen, baluarte da teoria pura do direito, para utilizar uma de suas ideias, pois podemos dizer que a lei é "fruto da vontade racional dos homens e não das leis naturais".

As leis humanas são criadas para tentar uma convivência humana em harmonia, porém não podemos concordar com todas as leis, uma vez que muitas delas vão de encontro aos princípios cristãos e, consequentemente, vão de encontro às leis de Deus. Assim, o cristão deve seguir as leis humanas que caminham juntos com as leis cristãs e repugnar, respeitando as ideias contrárias, as leis que não seguem as leis de Deus (aprovação do aborto, etc...)

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Ser família (2)

Marcelo Fiães - maestro em Ciências do Matrimônio e Família pelo Istituto João Paulo II de Roma, é consultor familiar, orientador espiritual e desenvolve seu apostolado em Milão, Itália. Está casado, com dois filhos e consagrou seu matrimonio no Movimento Regnum Chirsti.


E a família cristã? Se toda e qualquer família é imagem de Deus, aquela cristã é tal imagem em modo sacramental. Uma família que nasce da fé é um sacramento, um sinal sensível do Deus invisível, é um sinal onde as pessoas podem sentir Deus. “Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt. 18, 20). E é também por isso, como vimos ao início, é difícil para quem não tem fé entender o que de verdade é uma família! Porque Jesus é parte dessa comunhão!

Uma família cristã não só é imagem eficaz de Deus, mas está posta dentro de Deus, participa já nessa terra da comunhão das pessoas da Santíssima Trinidade. É como uma Eucaristia ambulante. Por isso dizemos que a família cristã é uma Igreja domestica. Porque de fato a Igreja e a Eucaristia são uma coisa só, uma nasce da outra. Assim também a família cristã nasce da Eucaristia, e se transforma em Eucaristia, e celebra essa Eucaristia sempre que vive a unidade na caridade que Jesus pediu ao Pai:  “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo 17,21).

Então a Igreja é uma grande família, a família dos cristãos, a família de Deus, pois é uma comunhão de pessoas unidas no amor de Cristo. Uma família que não é fechada em si mesma, que não é fim em si mesma, mas que vive, obra e reza com Jesus para que um dia todos nos sejamos um!  Uma só família, como Deus nos criou.

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Ser família (1)

Marcelo Fiães - maestro em Ciências do Matrimônio e Família pelo Istituto João Paulo II de Roma, é consultor familiar, orientador espiritual e desenvolve seu apostolado em Milão, Itália. Está casado, com dois filhos e consagrou seu matrimonio no Movimento Regnum Chirsti.




Um dia Jesus perguntou aos seus discípulos:  “No dizer do povo, quem é o filho do homem?” (Mt. 13). E os discípulos rapidamente enumeraram uma serie de opiniões. Os homens vendo Jesus não conseguem captar toda a sua grandeza. Em Jesus é presente uma realidade muito maior que aquilo que os olhos, os sentidos e até mesmo a razão humana podem captar. Pedro então respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt. 16). Então Jesus complementou: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus” (Mt.17). Sim só o Pai do Céu sabe conhecer Jesus e o revela a quem Ele quiser.

Uma coisa parecida acontece com a família. Temos uma experiência sensível da família todos os dias. Vivemos em uma família. Tocamos nossos pais, irmãos e irmãs. Experimentamos o amor e o carinho. Mas quando nos perguntam “o que é uma família?” a nossa explicação fica sempre limitada. Sim, porque na família existe um qualquer coisa transcendente, que vai além daquilo que podemos ver e experimentar, que supera os conceitos que na razão do homem podem entrar. Se quisermos evitar perder-nos nas mil e uma opiniões sobre a família, temos que perguntar a Deus, sim, ao Pai do Céu. Somente Ele pode nos fazer ver o invisível e entender pela fé aquilo que se esconde em qualquer modo aos nossos sentidos.

E para Deus, o que é uma família? A resposta esta na Bíblia, na vida dos santos e no modo que os cristãos vivem esse mistério. Não é possível em poucas palavras apresentar tudo aquilo que Deus fala sobre a família, mas podemos escutar juntos algumas. Escolhi aquela que eu gosto mais.

“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, homem e mulher o criou.” (Gen. 1, 27).  O Pai do Céu criou o ser humano como família. Não criou o homem “só”, como um ser fechado em si mesmo, como um ser completo em si mesmo. Não, o ser humano não é um individuo isolado. Não, não é uma realidade monolítica. É feito em “copia”, em comunhão. Deus o fez “homem e mulher” e próprio por isso é imagem de Deus. Sim, próprio por isso. O que nos faz imagem de Deus é que somos imagem da Santíssima Trinidade onde as pessoas vivem em comunhão de amor. Como em Deus existem três pessoas em uma unidade perfeita, o homem para ser si mesmo precisa de outros, de outros que formem com ele uma unidade perfeita, ou seja, uma família.  Uma família é um ícone da Santíssima Trinidade. Por isso é santa. Deus não criou a pessoa humana como um “individuo” e basta.

A grande dificuldade de pensar corretamente a família está na dificuldade moderna de pensar o ser humano como comunhão. Ninguém é completo se vive sozinho. A solidão, de fato, é o verdadeiro inferno da pessoa humana, que busca de todos modos estar-em-comunhão com outras pessoas. A maior dor não é o sofrimento, mas sofrer sozinho; e a maior tristeza não é a morte, mas a solidão depois da morte. Não podemos nos esquecer de que a humanidade toda é uma família, que temos todos Adão e Eva como pais e que Jesus nos recordou que somos todos irmãos.  Todos, sem excluir nenhum. Basta ser pessoa humana para ser meu irmão de verdade. E essa grande família renasce sempre nas pequenas famílias, mas sempre estamos falando da mesma coisa: família.


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