Maria: poetisa, presente e presença

por Celso da Silva, LC



     1.       Mãe: POETISA DO AMOR:
O mês de maio se desdobra uma vez mais como um tapete real por onde Maria, a nossa mãe do céu, passa para entrar na nossa vida de filhos, porque todos somos filhos. É o mês das mães que, contemplando o modelo admirável de Maria, se tornam dia-a-dia grandiosas poetisas do Amor. Toda mãe se sente no fundo uma grande poetisa, porque para ela cada filho é o poema mais belo que Deus permite que ela escreva. Como a Virgem Maria, toda mãe descansa em seu filho, esse seu poema de amor mais bonito, todas as fibras da sua existência e todos os batimentos do seu coração.
Festejamos todas as mães que veem nos seus filhos ao longo do caminho da vida, esses filhos talvez já crescidos ou distantes, a melhor poesia que saiu das suas entranhas e do seu coração materno. Para todas essas corajosas e generosas mulheres a Santíssima Virgem Maria diz: nunca deixem de amar, nunca tirem férias no amor para com os seus filhos, pois detrás deles se escondem essas maravilhosas poetisas do Amor de Deus, que são vocês, poetisas do “sim” como Maria, essa são vocês, queridas mães!
 Lembrando com carinho as mães, não podemos esquecer também aquelas mães que já perderam os seus filhos e nessas linhas recordo com pesar algo familiar: uma prima minha de 20 anos que perdeu o seu bebezinho recém-nascido de sete meses no começo deste mês. Era o seu primeiro filho, a sua primeira poesia e Deus, nos seus desígnios, quis levá-lo... Para uma jovem mãe não é fácil enfrentar tudo isso, porém aqui me vem à mente essa típica sabedoria de mãe, da minha mãe que sempre diz: os filhos são as nossas melhores poesias que escrevemos não para nós, mas para Deus e para os outros. Criamos e educamos os nossos filhos, sabendo que, no fundo, eles não nos pertencem totalmente, são de Deus. Nós somente cooperamos com amor e com a nossa entrega para que eles cresçam e sejam felizes”. Bela sabedoria de mãe!

2.       Para os filhos mãe se traduz em PRESENTE.
Maria nos guia no caminho, porque ela é a Mãe de todos. Sabemos que uma mãe de verdade é um presente de Deus. Ao pé da cruz, no silêncio da dor, Jesus nos deu um maravilhoso presente: Maria. Jesus, sem dúvida, cresceu junto a Maria vendo naqueles olhos puros e alegres o maior presente que Deus Pai pôde oferecer ao seu Filho Unigênito que se tornou homem. Alguém no meio do povo disse a Jesus: “feliz aquela que te deu à luz e os seios que te amamentaram”; isso quer dizer que Maria foi um belo presente na vida terrena de Jesus, tanto que Ele sempre encontrou nela essa docilidade para escutar a sua voz e realizar a sua vontade. Hoje todas as mães que encontram em Maria o sentido profundo de ser um presente para os seus filhos, poderão perceber também que eles se sentem amados porque ao mesmo tempo se sentem um presente para as suas mães. Que bonita è a cena da Paixao de Mel Gipson, na que Maria se dirige a Jesus dizendo: “carne da minha carne, sangue do meu sangue”. Mae è um presente que nao acaba que nunca perde o seu valor sagrado, pelo contrario, um presente que cresce e frutifica nos filhos.

3.       Mãe também é de modo especial PRESENCA.
Que tristeza quando uma mãe dá tudo para os seus filhos, e me refiro a coisas materiais, um bom colégio, uma boa vida, digna, porém não se entrega com a sua constante presença aos seus filhos, não está presente em todos os momentos, nos felizes e nos difíceis, não dá carinho e atenção, também correção se precisar (um puxão de orelha também faz bem)... Mãe que nunca está presente corre o risco de se tornar uma má poetisa e seus filhos acabam percebendo. Maria é um excelente exemplo para que as mães achem inspiração para a vocação à qual foram chamadas. No instante da Encarnação Ela disse: “Aqui está a escrava do Senhor...”, isto é, estou presente. Quando perdeu Jesus em Jerusalém e passou junto com José buscando durante três dias, vemos a Mãe que se preocupa, que com o seu gesto de ir detrás de Jesus está dizendo: estou presente. Nas Bodas de Canà estava presente. Diante da cruz também estava presente, silenciosa, chorando na sua oração. Depois vemos Maria no Cenáculo com os apóstolos, os seus filhos, e assim até hoje Maria é a mulher da presença, Mãe que jamais se ausenta. Todas as mães neste mês perguntem-se de verdade: sou uma mãe de presença constante na vida dos meus filhos?
Desejo que estas reflexões ajudem a todas as mães a tomar consciência da sublime vocação que eles têm em mãos. Seguindo as pegadas da Mãe de Jesus, sejam poetisas do Amor, nunca se esqueçam de que são um presente fecundo para os seus filhos e que são também presença que diz mais do que mil palavras.


A todas as mães que me leem meus parabéns! Sejam poetisas, presentes e presenças para sempre!

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Paradoxos do mistério pasqual

por Alice Bresolin


A recente celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo oferece a oportunidade de refletir, de modo mais vivencial, sobre o mistério da vida e da morte, da alegria e do sofrimento.

Por um lado, o Cristo Crucificado traz à memória os momentos e as situações de dor que todo ser humano enfrenta de alguma maneira. Corre-se o risco de assumir uma postura de rebeldia contra o sofrimento que toca à nossa porta: Por que as coisas não poderiam ser diferentes? Como apagar aquilo que nos fere, nos divide ou mesmo estraçalha o coração? Por que eu? Por que assim?

Em poucas palavras, fazemos eco ao mau ladrão: Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também! (cfr. Lc 23, 39) No entanto, para desconcerto geral, Jesus não desceu da cruz e, muitas vezes, não nos tira da nossa, mesmo que tenha poder de fazê-lo.

Por outro lado, o Cristo Ressuscitado é capaz de transmitir uma alegria contagiante e indescritível. Se antes Ele devolveu a vida a alguns – Lázaro, a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim – agora Ele oferece a possibilidade de vida nova para todos (e vida em abundância!). Talvez nunca sejamos capazes de agradecer suficientemente por tudo que recebemos de Deus, inclusive pelas graças que nem percebemos.

Como é possível, então, conciliar este agridoce de morte e vida, sofrimentos e alegrias?

A resposta se encontra no próprio Cristo.

Jesus Ressuscitado não sofre de amnésia: tem ainda em seu corpo as marcas dos pregos. Mas a sua presença é uma prova contundente de que a “a morte, a cruz e o sofrimento não têm mais a última palavra”. Ele é capaz de redimensionar e dar um sentido a todo padecer humano. Sem apagar o passado, Ele o transforma, à luz do Seu amor e da Sua misericórdia.

Por isso, o cristão não pode ficar estacionado na Sexta-Feira Santa. Ele fez o caminho à nossa frente para depois nos acompanhar em nossos sofrimentos e nos assegurar com sua presença amiga: “Não se preocupe, eu faço novas todas as coisas” (cfr. Ap 21,5).


Que a fé e a experiência da ressurreição do Senhor alimentem em nós a alegria, pela certeza de que a Sua vitória é também a nossa.

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O rito da confirmação




Curso online: "Teologia dos sacramentos" (Link ao curso completo)

MÓDULO 3: A Confirmação
Tema  4: O rito da confirmação (ver o vídeo)


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O significado da unção




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MÓDULO 3: A Confirmação
Tema  3: O significado da unção (ver o vídeo)




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O amanhecer de Deus

por Celso da Silva, LC



“Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou!”(Lc 24,5). Começamos a viver um tempo repleto de graças, um tempo maravilhoso que se abre com o amanhecer de Deus que sai das trevas da morte para presentear-nos a Vida. A força daquele que “nos amou até o extremo” (Jo 13, 1) conseguiu vencer a pedra que tapava o sepulcro, aquela pedra que não foi o suficiente forte para impedir que a Vida saísse ao encontro da nossa vida e que a Luz afastasse as nossas trevas.
 
Cristo ressuscitou, aleluia! Estamos alegres porque a nossa Fe não é um conto bonito, uma lenda antiga, uma bela historia que chegou até nós de boca em boca talvez com uma versão aumentada e inverossímil. A nossa alegria é esta: Jesus Cristo está vivo, é Luz Ressuscitadora que vem para dar sentido à nossa vida muitas vezes ofuscada pela escuridão.
 
Na audiência da quarta-feira da semana santa que passou o papa Francisco disse uma coisa bem interessante; que quando a noite se torna profundamente mais escura significa que logo chegará a aurora, que o sol não demorará em raiar. A nossa vida cristã é assim, com noites frias e escuras nas quais se esconde a certeza da Fe de que Cristo ressurgirá sempre e para sempre. “Na nossa vida como na vida de Jesus, a Ressurreição tem que chegar, a alegria da Páscoa tem que amanhecer”(Madre Teresa de CalcutáVem, se a minha luz, Ed. Planeta Testimonio, pag.364, Versão espanhola).
 
No primeiro dia da semana as mulheres se dirigem de manhã bem cedo ao sepulcro e depois dois apóstolos também insistem em buscar entre os mortos a Vida Verdadeira, Pedro e João (Jo 20, 1-2). Roubaram o corpo? Onde o colocaram?Começam as dúvidas e os corações oscilam entre o mar de perguntas e o mar da Fe. A partir do domingo do amanhecer de Deus começaremos a contemplar as diversas atitudes do coração humano diante do despontar da Vida e da Luz.
 
Maria Madalena que vê no Senhor Ressuscitado um simples jardineiro. Tomé que enquanto não colocar a Mão nas feridas não vai acreditar. Os judeus que inventam a pior das mentiras, dizendo que os apóstolos roubaram o corpo de Jesus enquanto os guardas dormiam (se dormiam, como sabem que foram os discípulos de Jesus que roubaram o corpo?); é a mentira humana que tenta calar até hoje a Verdade, e assim veremos que Deus brilhará de modo diverso no coração de cada personagem.
 
Nós também estamos dentro desse amanhecer e com a Fe devemos nos perguntar: a Luz do Senhor Ressuscitado já dissipou as minhas trevas? Estou aberto para que Cristo seja a minha Luz? Tenho cara de ressuscitado?
 
Desejo a todos uma Santa e Feliz Páscoa!

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