por Ricardo Pioner, LC


Todo filho agradecido quando tem oportunidade dá um abraço no seu pai. Este abraço pode significar muitas coisas: gratidão, arrependimento, petição de ajuda... Se a nível humano isso já é maravilhoso quanto mais a nível espiritual e sobrenatural! E isso se chama confissão. A confissão é um abraço com Deus Pai através de algum dos seus instrumentos aqui na terra que é a pessoa do sacerdote. Não é emocionante receber um abraço de Deus?
É incrível como o demônio pode induzir-nos a ter medo e pavor deste sacramento. O “encardido”, como gostava de chamar o Pe. Léo da TV Canção Nova, faz de tudo para que não nos confessemos porque é consciente da eficácia e do bem que este sacramento realiza na nossa alma.
Já escutei várias vezes:
— Padre, tenho vergonha de contar meus pecados! Como vou contar isso ao padre que, além disso, é um pecador como eu!
Nesta frase podemos encontrar vários erros. O primeiro é que eu não conto meus pecados ao padre, mas a Deus através do padre que é o seu instrumento aqui na terra. Isso é muito importante ter presente porque senão reduzimos à confissão que é um sacramento a uma simples seção de terapia psicológica. O segundo erro é ter medo de contar algo que Deus já sabe. Ele não vai se escandalizar pelos nossos pecados, pois Ele já os conhece. O único que Ele quer é a nossa atitude humilde e sincera. Ele que reconheçamos que somos pecadores. Em terceiro lugar, sobre o aspecto de por que contar ao padre os pecados se ele é um pecador como eu. É verdade, o padre é um pecador como eu e, portanto, ele também tem que se confessar. Mas isso não tira a nossa obrigação de ir a confessar-nos, pois temos que ir não porque o padre é “santo”, mas porque é o meio que Deus nos deu para reconciliar-nos com Ele.
Agora nos pode surgir a seguinte pergunta que é muito válida. Por que tenho que me confessar com um sacerdote? Não posso me confessar diretamente com Deus? Temos que nos confessar com um sacerdote porque, como comentei anteriormente, este é o meio que Cristo mesmo instituiu e confiou à Igreja. Este é o modo que temos para reconciliar-nos com Deus.
É importante que conheçamos a doutrina da Igreja sobre o sacramento da confissão. A confissão junto com a unção dos enfermos são os dois sacramentos de cura. Foi instituída por Cristo no dia da Pascoa quando se apareceu aos seus discípulos e lhes disse: “Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados” (João 20,22­23).
Vemos que a confissão foi instituída pelo mesmo Cristo. Não é uma invenção humana, uma ideia da Igreja Católica, como muitos pensam.  O fato de esclarecer este ponto da instituição divina deste sacramento nos pode ajudar muito a ver a confissão com mais fé. Sem fé é impossível compreender a maravilha deste sacramento. Sem a fé a confissão não é mais que uma seção de terapia psicológica.No evangelho encontramos uma explicação maravilhosa da confissão: a parábola do filho pródigo (Lucas 15,1­32).  Vale a pena meditar uma e outra vez neste texto, pois é impossível que não sintamos identificados com esse filho que pede ao pai a parte da herança que lhe cabe e vai embora. Depois de gastar tudo, entra em si mesmo, reflete, e chega à conclusão que deve voltar para a casa paterna (os que preferem repassar este texto em forma de música podem ver este vídeo). 
E qual foi a atitude do pai, conforme a narração de S. Lucas?“Quando ainda estava longe o pai o avistou, e teve compaixão. Saiu correndo, o abraçou, e o cobriu de beijos...”
A confissão é justo isso! Quando eu me aproximo do confessionário Deus me avista, sente compaixão de mim. Sai correndo ao meu encontro, me abraça e me cobre de beijos.
Existe algo mais maravilho que um abraço de Pai?
Estás disposto nesta quaresma a receber um abraço de Deus Pai?

Leave a Reply