Curso online: "Teologia dos sacramentos" (Link ao curso completo)
MÓDULO 1: Sacramentos em geral.
- Tema 8: O número dos sacramentos (ver o vídeo)

http://www.youtube.com/watch?v=ceRoVF7Dcxk
 
 
O último tema que vamos abordar no tema dos sacramentos em geral é o número dos sacramentos. Pode surgir-nos essa pergunta: por que os sacramentos são sete e não são mais ou menos? E, por que esses sete e não outros?

Vou contar um pouco da história de como a Igreja chegou à compreensão dos sete sacramentos.

No começo da história do cristianismo ainda não estava muito claro quais eram os sacramentos específicos. Tanto era assim que não havia uma lista, uma marcação de quais eram os sacramentos. A compreensão era muito amplia, muitas ações sagradas eram chamadas sacramentos: hoje diferenciamos sacramentos, sacramentais, bênçãos, etc. Por muito tempo não havia uma visão clara e tudo era chamado sacramento.

Isso é normal, a compreensão vai se dando pouco a pouco e mais ainda quando se trata de coisas sobrenaturais. Estas vão mais além de nós.

Foi só na Idade Média onde encontramos umas primeiras listas indicando os sete sacramentos. O Concílio de Latrão III (1179), o Papa Inocêncio III (+1216), o Concílio de Florença (1431-1439) são os primeiros lugares onde encontramos uma redação específica dos sete sacramentos. Não é que foi inventado aqui a lista, mas bem o texto os sinala como uma realidade já comum e aceita por todos. Como indicando aquilo que já todo mundo sabia.

O Concílio de Trento (1545-1563) será aquele que instituirá definitivamente, por tanto como dogma, que os sacramentos são sete.

Trento somente declarou os sete, não explicou mais. Os motivos desde sempre para justificar os sete sacramentos são a opinião comum da Igreja, o fundamento na Bíblia de cada um deles, o valor simbólico do número sete e os argumentos tomistas de conveniência antropológica.

Anos antes santo Tomás de Aquino dava uma clara explicação de por que os sacramentos são sete. O doutor diz que os sacramentos estão orientados a dois fines: aperfeiçoar o homem no relativo ao culto divino praticando a religião cristã e a oferecer um remédio para o pecado. E compara dizendo que a vida do espírito tem certa semelhança com a vida corporal. Na vida corporal o indivíduo tem uma dupla perfeição: uma referida à própria pessoa e outra referida à comunidade social na que vive.

No aperfeiçoamento pessoal o ser humano passa por três etapas: a geração, na qual o homem começa a ser e a viver. Esta etapa corresponde ao batismo que é uma geração espiritual. A segunda é o crescimento, na qual chega à plenitude da sua estatura e da sua força, se trata da confirmação na qual recebemos o Espírito Santo que nos robustece. A terceira é a nutrição, com a qual o ser humano conserva a vida e o vigor. É a Eucaristia que como nos diz Jesus: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54).

Em referência ao aperfeiçoamento social o homem se aperfeiçoa de duas maneiras: assumindo o poder de governar e de exercer as funções públicas, coisas que correspondem na vida espiritual ao sacramento da Ordem. Em segundo lugar, se aperfeiçoa reproduzindo a espécie, o qual tem lugar por meio do matrimônio.

Referente à cura e remédio ao pecado também se justificam os sete sacramentos: o batismo remedia a carência de vida espiritual, a confirmação remedia a debilidade espiritual, a Eucaristia a inclinação ao pecado, a confissão perdoa os pecados pessoais cometidos depois do batismo. A unção dos enfermos perdoa a relíquia do pecado que não desapareceram completamente. A Ordem remedia a desorganização na multidão. O matrimônio a concupiscência pessoal e a diminuição da população.
 


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