Por João Paulo Jager LC

1.Eis como nasceu Jesus: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo (Mateus 1, 18).

         Maria, uma simples e humilde mulher de Nazaré, se acha grávida. Ela era somente prometida de José, ainda não eram casados. Para a época na que viviam estar grávida antes do casamento era verdadeiramente um escândalo, a lei judaica punia esta culpa com a morte por apedrejamento.

         O evangelho diz que Maria ficou grávida pela ação do Espírito Santo. Isso significa que não houve ação humana alguma. Conhecemos a história, e sabemos como o Anjo Gabriel foi enviado para anunciar à Maria que Ela seria a mãe de Deus.

         O Messias já era esperado pelo povo. Muitas mulheres desejavam que das suas entranhas nascesse o Messias, o Prometido de Deus para salvar Israel. Mas Deus, nos seus desígnios de amor, escolheu Maria para esta grande missão.

         Estudiosos da bíblia contam que Maria e José se comprometeram em casamento porque ambos queriam servir ao Senhor santa e castamente. Isso significa  que casariam, mas em si não teriam mais que um amor de irmãos.

         Maria e José tinham estes planos, mas estes não eram os planos de Deus, Deus pensou antes em Maria, e por isso a preparou para ser sua mãe. Foi concebida imaculada, era verdadeiramente uma mulher muito normal, mas cheia de Deus, como o Anjo na anunciação dirá: “Ave, Maria, cheia de graça”.

Maria aceita ser a mãe de Deus. Mas antes quer ter a certeza de que nada a separará dos seus primeiros propósitos de ser toda do Senhor, consagrada a Ele somente e por isso na anunciação pergunta como será isso, já que não conhecia homem algum. Ao saber que a obra que dela seria gerada era do Espírito Santo, não pensou duas vezes em responder ao Anjo o seu “Fiat”, ou seja: faça-se.

         Assim pôde Jesus nascer. Nascer de Maria, a comprometida com José. Tudo por obra do Espírito Santo. Maria aceita, apesar de tudo o que poderia passar com Ela. Ela sabe confiar, sabe que para Deus nada é impossível, como disse o Anjo.

2.Estando eles ali, completaram-se os dias dela. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio porque não havia lugar para eles na hospedaria. (Lucas 2, 6-7).

        
Completaram-se os dias de Maria, e Ela dá à luz a um Filho. Já sabemos quem é este filho que nasce, e como nasce. Talvez esta frase do Evangelho resuma tudo: não havia lugar para eles na hospedaria. Deus se faz homem, e nasce numa gruta. Deus vem ao mundo, e tendo tudo, chega sem ter nada…

         Mas assim queria Deus para que com a sua pobreza nos víssemos enriquecidos, Ele vem mostrar como tanto do que temos e do que pensamos que é importante nada valem aos seus olhos, que a riqueza para os olhos do mundo, é lixo e miséria aos olhos de Deus.

         Onde nasceu Jesus, o Filho do Altíssimo, o mesmo Deus senão numa gruta fria? O que esquentava este Menino recém-nascido, senão as palhas de um cocho que estava nesta humilde gruta e os animais que ali descansavam? O que serviu de vestes para o Deus que entra no mundo senão umas faixas colocadas por Maria?

         E que diferença a nossa comparando-nos com o nascimento do Menino em Belém. Assim vem Deus, e  nós tantas vezes não nos damos conta de que por nosso amor assim Ele vem, para mostrar que de nada vale as riquezas do mundo.

         Contemplar assim o Menino Jesus não nos deve deixar indiferentes, devemos querer que Jesus venha a nós num bom lugar. Hoje Ele quer nascer também em um bom lugar, mas este lugar é o nosso coração. Ele não quer nascer mais que ali, por isso devemos preparar no silencio do nosso coração um lugar que seja aconchegante para Jesus, onde Ele possa encontrar alegria e consolo que na sua primeira vinda não encontrou.

Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. (Mateus 1, 21).

        
Esta frase o Anjo fala a José. Uma frase realmente que chama a atenção. José decide depois de saber que Maria estava grávida deixá-la em segredo, para que nenhum mal acontecesse com Ela. Denunciá-la, seria matá-la, já que assim estava escrito na lei.

         José era um homem justo, e não queria denunciar a sua prometida, apesar do que aconteceu. Coloquemo-nos no lugar de José. Maria chega com ele e diz que um Anjo a apareceu, que disse que seria Mãe, que seu filho seria grande, que reinaria, que seu reinado não teria fim. José não acreditou em Maria, duvidou dela, pois pensou que Maria quebrara o trato de castidade que tinham feitos e por isso esta decisão, de deixá-la, ainda que fosse em segredo.

         Mas Deus atuou também em José, para cumprir até o fim a sua obra. Num sonho,  José recebe a visita de um Anjo, que anuncia a ele também as obras grandes que Deus estava fazendo por mãos de Maria na humanidade, as profecias na Filha de Sião se estavam cumprindo, Deus que visitava o seu povo.

         Ela dará à luz um filho. Este Filho é Jesus que vem para libertar o homem do pecado. Deus para cumprir as suas obras não escolhe os grandes do mundo, mas sim as pessoas humildes e simples, Maria era de Nazareth, uma cidade perdida, nada importante no grande império romano. O Evangelho nos diz também que José era um simples carpinteiro, mas estes dois personagens foram os que Deus escolhera para completar a sua obra.


         De um simples carpinteiro, de uma simples mulher, mas sem esquecer que Deus a tinha preparado já para esta grande missão, nasce o Messias, Aquele que vem libertar o povo dos seus pecados. Jesus, do hebreu, Salvador. Sim, salvador, porque veio para isso, para salvar o homem, para libertar o homem, para livrar o homem do pecado. 

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